Um mito sobre apego
Segundo o dr. Carlos González é impossível criar uma criança sem apego. Toda criança é apegada aos pais, não importa como os pais os criam.
A grande diferença é se esse apego será seguro ou inseguro.
Portanto, a missão principal da teoria do apego, é criar a criança de modo que ela se sinta segura e amada.
Tendo a sua base no amor, carinho, compreensão e respeito, ela tem sua base em 3 atitudes principais:
- Amamentação em livre demanda;
- Leito compartilhado;
- Muito colo.
A livre demanda
1. Livre demanda se trata de amamentar até que a criança decida parar de mamar. Segundo o dr. estudos provaram que as crianças precisam mamar até 2 anos no mínimo. Mas é ela quem larga o peito, não a mãe que retira.
Os bebês tem uma fisiologia muito bem feita e podemos confiar nos sinais de fome e saciedade que o hipotálamo dele manda.
Se ele tem fome, deve mamar, se ele quer peito, deve mamar. Esse é o princípio desse tipo de amamentação.
Quando ele não precisar mais da amamentação, ele vai parar.
Eu acho interessante esse preceito pois na natureza é assim não é?
Enquanto a criança estimula, o corpo continua produzindo. Conforme a criança vai mamando menos, por comer também outros tipos de alimento, vai se produzindo menos leite. Até parar de vez quando a criança para.
Se a criança precisasse parar antes, você pararia de produzir, não concorda?
Isso é incrível e perfeito. Como disse já uma vez, é o processo natural, antes de cortar esse processo deveríamos ter algum motivo para isso.
E se a mãe achar que está demorando demais?
Se a mãe acha que seu filho está muito grande para mamar e ainda quer o peito, talvez seja a hora de avaliar a necessidade que ela está buscando.
Será que não estamos oferecendo alimentos fortes o suficiente ( o leite materno é bem doce e bem gorduroso) ou ela só está em busca de carinho, pois só está ganhando carinho quando mama?
Não estou jogando a culpa mas mães, não é isso, mas sim pontos para cada mãe analisar, visando suprir as necessidades dessa criança ao invés de simplesmente interromper a amamentação.
Leito compartilhado
2. Assim que a vida se inicia, a mãe é todo o mundo que o bebê conhece. Ele está seguro, quentinho e alimentado.
Não precisa sentir medo ou ameaças, pois está dentro de um mundo perfeito.
Mas, depois que nasce, ele deixa aquele mundo que gostava tanto e passa a ver coisas, sons, pessoas, comidas e sensações que antes não conhecia.
Imagina como ele se sente assustado.
Ao passo que esse neném cresce e se desenvolve, ele começa a ter de decidir em quem confiar. O instinto deles é muito forte, eles são guiados pela sensação de segurança.
Deitar e dormir tranquilamente, sendo tão indefeso não é nada fácil quando se sente sozinho.
Ele precisa da proteção dos pais e sabe disso.
Por isso, antes de relaxar e dormir, ele precisa sentir que está seguro.
O leito compartilhado não se trata de criar filhos que virarão adultos dependentes.
Se trata de reconhecer que um bebê é sim completamente indefeso e dependente e respeitar isso.
Saber que ele é totalmente dependente e que se sente assim, saber que ele precisa de todo esse amparo dos pais no começo da vida e trazer segurança para esse filho.
Até que ele queira ir dormir em seu próprio quarto.
E se a mãe achar que está demorando demais?
Se a mãe vê que ele está muito grande e não se sente seguro, talvez o melhor seria verificar se ele tem alguma fobia, ou algum medo, descobrir o porquê de ele não estar se sentindo seguro o suficiente para dormir sozinho.
E não simplesmente obrigar ele a dar esse passo sem com que ele esteja pronto.
Fazendo com que ele até consiga dormir, mas porque sente que não pode confiar nos pais e não porquê se sente seguro.
Colo
3. A teoria do apego acredita que colo não estraga e que não deve ser regulado.
Algumas crianças precisam de mais colo que outras, mas segundo essa teoria, elas devem ter esse amparo sempre que sentirem que necessitam
Ao dar colo para eles, o quanto eles quiserem, você mostra que pode acalentar e acalmar esse coração tão inseguro com o mundo.
A ideia é que eles se sintam completos, sintam que entendemos suas emoções e mostramos que os pais são um caminho seguro para eles recorrerem quando tiverem problemas.
Considerações finais
O dr. Carlos Gonzalez insiste em que paremos de nos preocupar mais com o futuro da criança do que com o presente.
Às vezes as pessoas têm tanto medo dele ser dependente no futuro, de ser um adulto que não sai de casa, de não ter bons hábitos na vida adulta, que ignoram o fato de que agora ele precisa do seu colo, agora ele precisa dormir seguro, agora ele precisa mamar.
No final das contas, não temos controle de quase nada, e são eles quem vão decidir o que vão se tornar. Nós só podemos fazer o nosso melhor criando um lar de confiança, segurança e amor.
Pode parecer muito distante não criar expectativas, mas eu fiz um post que pode te ajudar, é só clicar aqui.